Che farò senza Euridice. A chuva de granizo que se ouvia na biblioteca, caindo sobre as clarabóias era a crueldade da ilusão formando estilhaços, cacos que ver-se-iam no terminal de embarque, por entre o anonimato de tanta gente.
(21-10-2006)
Que esforço desmedido requer crer que realmente um flüte atirado ao chão se quebre. Como se fosse sempre certo que assim acontecesse, a menos que, no socorro à aflição e por temor a não riscar o taco de madeira envernizada, se estendesse um braço de mão aberta. Mas o insólito foi decidir atirá-lo sem perguntar se o quereria ver riscado.
Agora serão de 30x30 em mármore de Estremoz, perfilado com o de Barracara e dispostos em viés, para que se desconfie das aparências.
Eduardo Arroyo, Direct Panama 4702951
(27-10-2006)
Sushi dulce.
Rei morto, rei posto. E a final de contas tudo se trata duma questão de devir. Acontece porque assim é o facto, já que a casualidade é o entretém apenas para alguns: os que não sofrem com decibéis a mais.
E tudo levou o vento cantábrico, esse mesmo que por força do anticiclone dos Açores assola os desprevenidos. Aqueles que, na benevolência do seu próprio carácter, crêem no (in) falível, no desejo sempiterno ou na débil andropausa dos bodes; cabrões para quem trata o dito gado.
Mas bom, bem-aventurado é aquele que vai passeando por estes prados bascos – estes ou outros quaisquer -descendo pelos vales até ao pouso das areias em Getxo.
Giuseppe Bibiena, Sala del Teatro dell’Opera del Margravio di Bayreuth, 1748.
Veduta della cavea dal palcoscenico. Disegno di G. Bauernfeind Monaco, Galleria Bavarese
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