No lençol azul o borboto arrepiou-se do frio que naquele instante pensou sentir. Tinha os pés de mãos dadas enganando quem assim não cresse e, ao acaso, surgiu o gato malhado de olhar terno e matreira sapiencia. Queria biscoitos para logo mais tarde ir vadiar em busca da caça miúda... afazeres de rotina. Mas agora ficava-se por ali, deleitando-se no rosnar aquecido pela salamandra... un bon vivant.
No outro dia deixou-se rolar sobre o restolho, como gato que brinca na rua, parodiando com o peão e a boneca de pano no chão, e aliciando com desdém para comprar o que viesse - se viesse.
Eram madrigais suspensos que soltavam ao vento aquelas fagulhas quentes. Acartem o desejo.
(Colcha, por Pontileon)
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